O REAL E SEU DUPLO - CLEMENT ROSSET.

Rosset trabalha com a filosofia do trágico. o pensamento trágico pode ser visto como uma forma de negar o real da natureza. O acaso está em um dos pontos centrais, onde a procura de sentido do real se perde.

INTRODUÇÃO -ilusão e seu duplo
Apresentação dos principais modos de negar/recusar o real (ilusão): através do suicídio, um modo mais eficiente de recusar o real - aniquilando o real aniquilando a mim mesmo; supressão do real - formula da loucura, que não está ao alcance de todos; a cegueira voluntaria - reconheço a realidade tal como é, mas não condiz com meu ponto de vista. "encontra aplicações mais ordinárias no uso de álcool e drogas."; percepção inútil (ilusão) - cindo a realidade em duas, criando um paradoxo onde vejo e presencio a realidade tal como é, mas por conveniência, vejo uma realidade distorcida, onde o real cinde em dois, o real que está acontecendo e o real mais conveniente a mim.
Essas são ferramentas de defesa para recusa do real, onde nós, como seres humanos, toleramos o real até certo ponto. se tal se mostrar desagradável, a tolerância é suspensa.

CAPITULO 1 - O ORACULO E SEU DUPLO

A previsão oracular prevê um destino A, ao tentar fugir de tal destino, se cumpre o destino A. a previsão faz com que se saiba do destino e consequentemente imagina-se que tem-se controle para burlar, ou infligí-lo. Ao faze-lo tal manobra, estará rumando-se para o cumprimento do destino. Quer dizer que tem-se em consciência de que o real é tal qual foi dito, visto, obtido. mas ao fazer tal manobra para fugir deste real, acarretará em tal real, diferente. Mas o mesmo. O Duplo dá-se com a consciência do destino e o real dá-se com o acontecimento do destino. Acaba por ser dois lado de uma mesma moeda, com a previsão do destino, imagina-se, cria-se um real, até então, um possível real que é mais certo do real que irá acontecer, do real de fato.
O destino está no começo, meio e fim da previsão. Sua definição é acertada quando se diz que é imprevisível. imprevisível porque acontece de forma espontânea. a noção que tem-se do destino é de que se possa controlar, alcançar e saber, mas nao está nada escrito, o destino acaba ao acaso e molda de acordo com as circunstancias que se cria.
O duplo do real acaba por transparecer-se em um unico. ele é o acntecimento que ocorre e que poderia ocorrer.

A ILUSÃO METAFISICA - O MUNDO E SEU DUPLO

Na metafisica, o presente torna-se irrelevante diante do seu duplo: o real dos objetos em sua essência. nesse real os objetos nao se repetem assim como no real presente, sensivel. é partindo do presente sensivel que tem-se noção do mundo das idéias, do real de fato para a metafisica. cria-se um exercicio de raciocinio para criar tal real de fato: o mundo das formas só é possivel graças ao mundo sensivel, e ele (mundo das formas que é o real de fato). entao percebe-se o real metaficsico partindo do real sinsivel, que é seu duplo, para entender o que é o real sensivel. A filosofia - e acredito como todo o campo cientifico, e ficticio - usa tal para entender o real duplicado (sensivel). Esse caminho de sair para voltar implica num na junção dos reais em um unico.
esse recurso é usado para explicar o real e manter-se são ao viver nele, com o ardil de se perder no caminho e tentando entender o que o real e que é o duplo. mas tudo nao passa da confirmação é tudo é apenas um real.

A ILUSÃO PSICOLÓGICA - O HOMEM E SEU DUPLO

1. O EU É UM OUTRO

o eu só é eu por ser unico. o ser como duplo é a busca do reconhecimento de si. uma busca frustrada ao perceber que reconhecer-se a si não é tão simples como reconhecer os objetos e o real.
o desdobramento do ser implica no desdobramento de personalidade, uma questão tautologica que acaba por configurar-se como esquisofrenia.
ainda que tentando perceber o eu através do espelho, seria um duplo invertido, não o duplo identico, a sina do vampiro é só existir problematicamente, nao tendo o duplo para reconhecer-se.
a percepção de reconhcer um duplo é a vontade de suprir angustias, da imortalidade, do felicidade, o duplo sempre será melhor.
na busca do duplo do real, dos objetos, fissura-se a realidade em duas e conclui-se que ambas é uma - realidade em si e a metafisica. se usar esse metodo na busca do duplo de ser, uma forma essencial do eu, buscar-se-ia tal forma, moldando o eu real para ser como tal ou fugir-se dela. isso implica que (assim como a ilusão oracular) as qualidade de ser ou nao ser forma o eu. (dificil esse capitulo)

2.BESTEIRA
besteira.

3. O ABANDONO DO DUPLO E O RETORNO A SI

o abandono do duplo como uma forma de reconhecimento e aceitação do eu. aquele que se reconhece sem necessitar de criar um duplo não sofre a angustia de Narciso, que invés de amar a si, ama seu duplo, a imagem que tem de si e recebe através do outro.
ao mesmo tempo do abandono do duplo, nos reconhecemos como individuos através do duplo que sociedade no proporciona. referenciando a essencia de Platão e Aristoles, só somos individuos por que somos seres sociais. o individuo na sociedadde, e reconhecido através de registros. precisa-se ter uma historia registrada para confirmar-se o eu. eu esse duplo que serve de confirmação do eu real.
em historias romanticas, a perda da sombra (duplo) do heroi é tido como algo negativo. o apego que o heroi tem ao seu duplo ao ponto de abandonar seu eu real - que é reconhecido através de seu duplo - é o motivo de sua existencia, manter aquela sombra viva - a representação, o registro que a sociedade ajudou-o a escrever sobre seu duplo para confirmar seu eu, a ponto de focar em seu duplo e ignorar o real. o verdadeiro narcisista
sem esse duplo que a sociedade produz, cria-se a angustia de nao reconhecimento, se nao tiver um duplo, como confirmar sua existencia? ao mesmo tempo que a repetição leva a banalização do que se quer dizer. nos apegamos ao eu dos registros( social) econtinuamos a refletir sobre a antologia do ser.

3. conclusão





03/2023

O MUNDO COMO ARMAZÉM: FLUXUS E FILOSOFIA
ARTHUR C. DANTO

Arhtur comenta o lugar que o grupo fluxus ocupou na no mundo da arte - trazendo a arte ao mundo real. retirando seus status de arte erudita, e ligado ao cotidiano onde todos possam alcançar.
tendo Duchamp e a filosofia zen como inspiração, a arte Fluxus intenta a desmitificar a arte, o artista e a instituição.
assim como o zen budismo, traz o comum para seu alcance, onde usa de coisas e ações cotidianas para se expressar. mas o fluxo visa além de apenas forma de expressão, seus objetivos como diz George Maciunas - um dos criadores do fluxus - é banalizar a arte ao ponto de não se separar do real, fazendo o artista perder seu cargo e sua importancia, assim como seu produto, visando a coletividade como ponto principal, mas natural, um acontecimento desprovido de ituito - seu intuito era naturalizar a arte.
Os ready-made de Duchamp tinham certo intuito, como ele mesmo escreveu em 1961, segundo Arthur C. Danto, "A escolha foi baseada numa reação de indiferença visual, juntamente com uma total ausência de bom ou mau gosto...na realidade, uma anestesia completa"(12). O dada teve a intenção de levar o comum para a arte, com seus ready-mde por exemplo, e a arte erudita para o comum - ready-made invertido, como por exemplo pegar um quadro de rembrandt e usa-lo como tabua de passar roupa.
A galera do fluxus embarcou na ideia de ready-made, usando o ready-made como ações, afim de trazer a arte para o real e banal, onde torna-se dificil até comercializ-las.
resumindo é isso, o Fluxus surgiu para desinstitucionalizar a arte e banalizar, trazer para o real, ao ponto que qualquer um sem dotes ou trinamentos especificos possam fazer/praticar, tendo ao alcance materiais e ações do cotidiano.


04/2023
UM CINEMA CONCRETO: OS FILMES DO FLUXUS
ARTIGO HERMANO CALLOU

O artigo aponta a intenção do grupo FLuxus de trazer arte para o real, através dos filmes produzidos por eles.
Indo ao lado oposto da arte do cinema até então - construção de uma narrativa de modo que o publico contemplasse o material (filme) - o Fluxus começou a produzir filmes não convencionais com a intenção de banaliza-los, trazendo-os assim para o cotidiano, de modo que aqueles com seu contato, experimentem como algo comum, algo que está fixado no seu real. Para isso, usam de estrategias construidas por eles próprios - principalmente Maciunas - como o monoformismo, conceitualismo e ambientalismo.
O monoformismo, baseado no construtivismo, se forma com poucos elementos no video, dificultando o caminho de criar alguma narrativa historica e noção de composição de um filme.
Conceitualismo ultiliza praticamente apenas das ferramentas do filme, ou, de forma tautologica e metalinguistica, mostra o necessario para se fazer qualquer filmagem - como por exemplo um filme sem imagens gravadas, só roda a pelicula.
Ambientalismo é a forma de trazer o filme para o real de maneira direta. tem a intenção de colocar o filme/cinema no cotidiano, como um objeto qualquer que compõe sua vida: percebe-se que está lá, mas nao feito para sobressair.
O Cinema tradicional é como a arte tradicional: contemplativo, elevado da realidade, é intencionalmente feito para dar créditos ao filme e os corpos que criaram - diretor, ator, etc. Os filmes do Fluxus, assim como todo seu modo de expressão artistico, é para destituir a arte e o artista tradicional, uma revolução contra a hierarquia da arte que separa arte, artista e publico, no Fluxus eles estão na mesma categoria. eles são um.

05/2023